Casulo


Tudo se faz tempo, vento, melodia, canção. 

Tudo traz movimento, sincronismo, ação e reação. 
Tudo que se faz tem um porque desde o nascer até o crescer e depois morrer.
Vejo as pessoas se fechando em um casulo como as lagartas, mas estamos esquecendo que as lagartas quando entram em seus casulos é porque sua vida está prestes a ter uma transformação e com isso teve que abdicar de varias coisas. 
Assim é a vida temos nossos momentos de introspeção mas temos que saber que isso é momentâneo pois o casulo se transformará em uma linda borboleta e saindo desse momento que reservaste a ti haverá momentos suficiente para por em prática seus sonhos e seus projetos, logo não perca muito tempo na espera que o casulo se transforme em castelo.

Tentativa

Fui pacífica, expansiva ,abusada, ousada, exagerada.
Procurei em tudo que foi possível alguém que se 
encaixasse em minhas características, mas a busca incessante foi em vão.
Não encontrei nada nem ninguém que fizesse valer 
coisas vividas e defendidas dos pensamentos que eram meus só meus.
Nada disso seria valido se não houvesse algo que me fizesse crer que em algum lugar encontraria você.
Sim e esse encontro aconteceu parecia mágico ao mesmo tempo estranho com tamanho desengano.
Achei que te encontrando minha vida seria perfeita eu, você, você e
eu.
Doce ilusão, o muito igual estagna e o idêntico enjoa.
Cansei enjoei enrolei abdiquei e te deixei, e hoje o que posso dizer que nunca mais vou me
arrepender se caso um dia venha achar alguém muito diferente de você.  

Calados

Queria uma inspiração para fazer uma linda
canção que expusesse esse sentimento que
 é tão latente aqui dentro.
Seria descrito sem nenhum atrito de pensamentos
vibrantes, nada vivido como antes.
Seria posto em prova todas as audácias em prol de
nós para sermos felizes.
Colocaria em versos todos seu amor nunca jurado
pela dor.
Poria ainda nessa canção tudo que vivemos achando que 
era o certo para encontrarmos a felicidade plena.
Não me limitaria a descrever os lugares que passamos
e nos amamos que hoje o que nos resta é somente a 
saudade dessa realidade.
Poderíamos ido mais além, eu você e mais ninguém,
por pensarmos que seria permanente fomos inconsequentes 
em deixar o tempo passar sem nos preocupar onde iriamos 
chegar.
Enfim hoje estou aqui sozinha numa mesa, chamando 
minha inspiração para escrever essa canção especialmente 
para você, mas por fim o que me restam são pequenos 
rabiscos de um amor findado e sacramentado por tudo 
que fizemos de errado.

Sem adeus

Está vendo aquela casa na árvore?
Pois é lá esconde vários sonhos de uma infância perfeita.
Onde tudo que mais se sonhava era conquistar um planeta.
Ali tinha bolinhas de gude, pipas, estilingues, bexigas, mamonas,
varas de pescar, balanço, peteca, barquinho de papel, lápis, canetinhas, tesoura, régua, carrinho de rolimã, papelão para escorregar na grama, rede, 
fruta, risadas, gargalhadas, pessoas, crianças... 
Doce infância que uma das minhas maiores preocupações era do que 
eu iria brincar naquele dia, se soltaria pipa, jogaria bolinha de gude 
brincaria de pique esconde ou polícia e ladrão...
Ah, que coisa boa era essa época que eu podia escolher a cor da minha 
peteca, qual fruta comeria do pé ou qual seria o sabor do meu picolé.
Faço-te uma pergunta cresci me tornei adulta, com responsabilidades,
tarefas, trabalhos, horários, tempos, prazos, estresse, dores, desencantos e
prantos.
Como pode em poucos anos tudo virar do avesso quase um tropeço de uma 
armadilha sem fim, sei que isso ocorreu tanto para ti quanto para mim e daí 
o que fazemos? 
Vamos continuar vivendo nesse mundo sem fim onde as 
obrigações falam mais alto ou deixaremos as crianças tomarem conta do recado?
Sim ela não pode morrer muito menos padecer afinal quem é você?
Se hoje somos o que somos foi porque um dia soubemos administrar onde deveria estar, 
com quem brincar, com que brincar sem ao menos saber o que iria acontecer....
Logo peço só uma coisa nunca deixe morrer essa criança que existe em você,
pois caso isso aconteça nunca se esqueça que ela que te ensinou a viver. 



Grão


Fui juta, rio, chão, selva, nasci, cresci, e virei relva.

Dali conheci lugares, barreiras, fronteiras, mas foi dali que me fiz gente;
Gente valente, guerreira, autêntica, feliz foi ali que pude ver a minha verdadeira raiz.
Hoje sou o que sou cor, raça, sentimento, vida, amor, paz, gente.
Gente que cresce, cria, imagina, cativa, cai, levanta e segue, que luta por hoje amanhã e sempre.
E hoje a única certeza que tem é sua realidade latente.
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